Amar Demais... Um Erro!

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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Eu tenho AIDS


A história de meninas que nasceram com o vírus HIV e aprenderam na marra a conviver com a dor e ter esperança e vontade de viver
Meninas que têm o vírus HIV não são necessariamente magras, machucadas, fracas, mas convivem com uma marca que estará sempre presente.
Em 1983 foi registrado o primeiro caso de aids no Brasil. Durante toda aquela década, tentou-se entender melhor a doença, que era associada a gays, drogados e prostitutas.
Como ninguém sabia como controlá-la, muita gente morria. Como ninguém conhecia bem as formas de transmissão, muita gente se expôs ao risco, pegou o vírus e o transmitiu a outras pessoas.
Na década de 90, muitos bebês de mães soropositivas nasceram com o HIV. Foi o que aconteceu com a Mariana, a Cássia e a Natália*. Elas fazem parte da primeira geração de adolescentes que nasceram com o vírus e que, graças ao avanço dos tratamentos, não tiveram o mesmo destino das garotas que se infectaram nos anos 80.
Pelo contrário. Mariana, Cássia e Natália são saudáveis, bonitas, estudam, namoram, transam. Ao mesmo tempo, elas são marcadas por uma série de conseqüências relacionadas à doença: têm que conviver com a perda dos pais, com as angústias associadas à aids e com o medo do preconceito.
Nas próximas páginas, você vai conhecer melhor a vida dessas garotas. E a gente torce para que elas te ajudem a refletir sobre a doença, sobre a sua vida e, principalmente, sobre o modo que você olha para quem está ao seu lado.
Mariana, 19 anos, Florianópolis
"Meu pai morreu quando eu era bebê e a minha mãe quando eu tinha 9 anos. No começo, minha avó ficou comigo, mas ela acabou me levando para a instituição em que eu moro até hoje.
Eu tomo remédio desde os 3 anos. De certa forma, nasci com eles. Deve ser muito mais difícil se infectar na vida adulta e só então ter que aprender a conviver com a doença.
Pra mim, o mais difícil é lidar com o que está de fora - sempre rola um preconceito. Quando eu tinha 10 anos, tive que mudar de escola por causa disso.
Aí aprendi que tenho que dividir a minha história só com quem realmente importa. Eu estou no segundo ano de Educação Física e ainda não tive coragem de contar pra ninguém da faculdade.
Os meus colegas são meio ignorantes, vira e mexe fazem piadas com aids em um tom meio nada a ver. Coisas do tipo: "Ih, tu tá ferrado porque o cara que bebeu nesse copo tem aids".
Nem pensam que do lado deles pode mesmo haver alguém com o vírus e possa se sentir agredido com aquilo.
Só conto quando eu tenho muita confiança na pessoa. Quando sei que ela vai ser discreta, que não vai espalhar por aí. Mas com namorado é diferente: tem que contar.
Pô, se o cara vai se relacionar comigo, precisa saber das coisas importantes da minha vida. O meu primeiro namorado era da instituição, crescemos juntos e, por isso, ele já sabia.
Já o segundo eu conheci por causa de uma amiga minha e falei antes mesmo de ficar com ele. Me senti segura porque percebi que ele era uma pessoa legal.
Ele nem ficou chocado, só quis conhecer alguns detalhes da minha história. Eu contei e não teve nada demais. A gente namorou por 1 ano e só terminou porque não estava rolando mais."
Cássia, 17 anos, São Paulo
"Descobri que tinha aids com 4 anos. Meus pais já tinham morrido por causa da doença, por isso, morei a maior parte da minha vida em uma instituição de crianças soropositivas.
Um dia, no pré-primário, eu vi que a tia dava remédios para mim, mas para as outras crianças não. Daí ela me explicou que eu tinha um bichinho dentro de mim e que precisava cuidar dele.
Aos poucos, fomos conhecendo o HIV. O pior disso tudo foi me separar da minha irmã, que não tinha o vírus e foi pra outro lugar. Hoje moro com ela. A gente é muito amiga, mas o meu sonho é ter a minha própria casinha.
Eu estudo, trabalho, faço tudo o que uma menina faz. O difícil é quando eu me apego muito a uma pessoa porque daí quero contar, não tenho coragem e acabo me sentindo mal por estar escondendo algo de quem eu gosto.
Quando os meus amigos vêm em casa, eu tenho que esconder os remédios. É péssimo. Se eles me perguntarem se eu estou doente e eu vou dizer o quê? Vou continuar mentindo e me sentindo ainda pior?
Até hoje, eu contei para pouquíssimas pessoas. Elas não acreditam quando ouvem. Acham que estou inventando porque todo mundo imagina que quem tem HIV é machucado, feio, deprimido.
Não tive que passar por essa crise com o meu primeiro namorado porque ele era irmão do meu cunhado e, por isso, sabia de tudo. É bom perceber que a gente pode mesmo fazer de tudo, inclusive namorar.
Ficamos juntos por 3 anos. Agora, faz mais de um ano que eu estou namorando uma menina. Ela também sempre soube que eu tinha o vírus porque, antes de eu me apaixonar por ela, nós éramos muito amigas.
A mãe dela me trata como filha, mas não sabe que somos namoradas nem que eu sou soropositiva."
Natália, 14 anos, Rio de Janeiro
"Meu maior apoio é o meu pai. Ele também é soropositivo e faz tratamento junto comigo, vamos os dois fazer os exames, às consultas médicas... Foi ele quem me criou porque minha mãe morreu quando eu tinha 3 anos. Ela passou o vírus para a gente.
Pra mim, o mais difícil de ter HIV é ter que tomar os remédios. Eu detesto. Nessa hora, eu me lembro de que eu não sou uma menina normal, é a constatação de que a doença existe e vai estar ali pra sempre.
Mas eu inventei um jeito de aliviar esse sofrimento. Eu amo Malhação. Então, todo dia tomo os comprimidos na hora que está começando a novela. Daí, eu me distraio e deixo de pensar no assunto.
O resto do meu dia-a-dia é bem normal: estudo - quero ser médica pra poder ajudar as pessoas com o vírus -, faço teatro e saio muito com as pessoas do grupo de apoio, que é como nossa família.
Eles são os únicos que sabem que eu tenho aids. Para os outros amigos, eu prefiro não contar. Tenho medo de perder as amizades, como aconteceu com um menino que eu conheço. Depois que ele contou, todos os amigos se afastaram - quer dizer, nem eram amigos porque se fossem teriam ficado do lado dele.
Ninguém nunca desconfiou. Às vezes, eu deixo escapar que vou ao médico e, se alguém pergunta, invento que faço tratamento para diabete. Ainda não precisei contar para namorado porque ainda não tive um. Mas já decidi que, para o garoto saber, a gente vai ter que estar junto há pelo menos um ano.
Aí, vai ter dado tempo de perceber se ele merece minha confiança ou não. Meu pai ficou quase noivo 3 vezes e as 3 foram embora quando ele contou que era soropositivo. Dói muito.
Eu não vou passar pela mesma coisa. Eu quero muito casar e sei que não vai ser fácil encontrar um cara soronegativo que me aceite. Não passo os dias sofrendo com isso, mas é uma coisa que me preocupa, digamos, em 50% do tempo."
43% dos jovens entre 15 e 24 anos não usaram preservativo na última relação sexual.
11,8 milhões - É o número de jovens* que vivem com o vírus da aids no mundo.
50% dos jovens sexualmente ativos não acreditam correr o risco de contrair o HIV
1885 - É este o número de garotas** brasileiras contaminadas pelo HIV, de 2000 a 2005
* De 10 a 19 anos
** De 15 a 24 anos

(http://planetasustentavel.abril.com.br)

7 comentários:

  1. muito bom o post Andreza e Fádhia,
    essas meninas dao de dez á zero em muito marmanjo cheios de saude e se dão o direito de sofrer por qualquer besteirinha da vida.Elas sao guerreiras,e merecm mesmo ter as suas historias contadas por pessoas serias como vcs, que deixou a historia leve e suave e com o toque certo de seriedade e consciencia.

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  2. cara, fiquei impressionada, por isso que eu adoro o blog de vcs que tratam de temas tão importantes.
    algumas pessoas, deus escolheu para que nascessem e dessem exemplo, essas meninas foram as escolhidas de Deus. Elas nasceram para o desafio!
    Eu só aconselho a terceira que parece com essa idéia de contar ao namorado que é soropositiva depois de 1 ano de namoro, ninguém merece ser enganado por tanto tempo, talvez ele possa te deixar nem pelo fato de ter aids, e sim por ter mentido.


    http://www.diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com
    sigo quem me segue e retribuo comentários

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  3. CLARO QUE SIGO, SEGUE O MEU LA TBM SE N ESTIVER SEGUINDO, LINDA!!

    Assunto delicado HIV, mas o importante é nunca nos distanciar de nós mesmo o ser humano, se deixar de conversar ou nos relacionar só pq a pessoa esta com aids estaremos com "nojo" ou medo de um virus, mas nos esquecendo que a pessoa em que o virus esta tem sentimentos e é HUMANA assim como nós

    http://www.playcomputadores.blogspot.com/

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  4. Oii concerteza, ja estou te seguindo. Tchau bjo!!

    Web:.http://infostartnet.blogspot.com/

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  5. Bem complicado. !!
    Seguindo. Retribuindo
    mariibrigadeiro.blogspot.com

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  6. Obrigado por seguir meu blog, estou seguindo tbm
    blogentraai.blogspot.com

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