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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A violência é calada pelo medo



O medo é um dos principais fatores que faz com que a violência doméstica prevaleça em espaços fechados e íntimos.
O medo que cada uma das mulheres vítimas de violência sente, ao imaginar o que pode acontecer-lhe se tiver a possibilidade de fugir de casa, para longe de quem a maltrata.
Na maioria das vezes, as agressões são acompanhadas de ameaças. Quer queiramos, ou não, o agressor sabe que está a cometer um crime, uma ação condenada pela sociedade e, por isso, ameaça a sua vítima, obrigando-a ao silêncio.
Ameaças como "Se contas a alguém dou cabo de ti!", ou "Se fizeres alguma coisa contra mim, já sabes o que te acontece!", ou ainda "Fujas para onde fugires, eu apanho-te e fazemos contas!" são muito comuns durante as agressões, ou, pior ainda, depois das agressões, quando o clima entre o casal é tenso, intimidatório.
O medo é, por isso, um aliado do agressor que se sente protegido por este sentimento que inspira na vítima.
Mas não é só o medo que sente pelo agressor que faz com que a vítima se mantenha nessa situação e a esconda da sociedade, dos familiares, dos amigos e das autoridades. Não há apenas um medo. Há muitos medos quando vivemos um processo de violência doméstica. Medo de enfrentar as críticas da família em frases como "Tu é que tiveste a culpa, alguma coisa fizeste para ele te bater!", ou nos encolher de ombros silenciosos, nos suspiros ou nos "Tu é que sabes, mas...".
É também grande, ainda, e por estranho que pareça, numa sociedade que se diz igual e emancipada, o medo de enfrentar essa mesma sociedade, porque, quer se queira, quer não, o estigma da mulher divorciada ainda é muito grande. As amigas afastam-se, no emprego comenta-se, e as mulheres divorciadas, ou separadas, sentem-se alvo de discriminação, por exemplo, nas festas familiares ou nos círculos dos amigos para onde, antes, eram convidadas.
Medo, ainda, de não ter capacidade econômica para levar para frente à decisão de cortar laços...
Todos estes medos, e muitas vezes, a existência de filhos, tornam a decisão de denunciar e de lutar contra o medo, uma decisão muito difícil...
Difícil, mas que, bem ponderada, vale a pena. Vale a sua vida!
(Por  Ivone Ferreira - http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/violenciadomestica/?k=O-MEDO.rtp&post=13116)

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