Amar Demais... Um Erro!

Amar Demais... Um Erro!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Um drink no inferno



Já ouviu falar nas meninas que abusam das bebidas alcoólicas e privam-se de qualquer tipo de comida? Conheça o assustador mundo das drunkoréxicas
Manorexia. Ortorexia. Diabulimia. Transtorno da compulsão alimentar periódica. Todas as palavras acima são variações dos chamados transtornos alimentares da anorexia e bulimia, e têm pipocado em blogs, na televisão e em artigos de jornais. Agora, o mais novo termo a entrar para essa perigosa lista é a “drunkorexia”, expressão criada para designar uma mistura de comportamentos conflitantes: o jejum forçado ou a alimentação exagerada seguida de vômito associados ao consumo abusivo do álcool. Do inglês, drunkorexia é a junção das palavras drunk, que significa bêbado, e anorexia, que é a falta ou perda do apetite em níveis extremos. Em uma adaptação livre para o português, seria algo como bebadorexia ou alcoolorexia. Terapeutas e pesquisadores estão buscando novas formas de tratamento e tentando entender o que motiva as pessoas a agir dessa maneira. Enquanto isso, parece que o glamour e o sofrimento dos famosos as inspira cada vez mais.

Apesar de não ser um termo médico oficial, a drunkorexia sugere um fenômeno envolvendo dependência alcoólica e transtorno alimentar. Ela ocorre principalmente entre mulheres jovens, que bebem excessivamente e não comem o dia todo para compensar as calorias ganhas com o álcool.

Os anoréxicos, por restringir a ingestão de calorias, costumam evitar o álcool. Mas há aqueles que bebem para manter a calma antes de comer ou aliviar a ansiedade depois de exagerar na refeição. Outros enxergam nos drinks sua única forma de sustento alimentar. “Existem mulheres que temem colocar uma uva na boca, mas que não vêem problema em beber cerveja”, afirma Douglas Bunnell, diretor do ambulatório do Renfrew Center, na Filadélfia, Estados Unidos. O Renfrew Center é um dos poucos lugares que oferecem tratamento tanto para os que abusam das substâncias químicas como para os que sofrem de distúrbios alimentares.

Bunnell, ex-presidente da Associação Nacional de Transtornos Alimentares, afirma que parte do problema está na obsessão das mulheres em ter um corpo esbelto e na aceitação social de beber ou usar drogas, fatores que se potencializam quando associados ao conceito de que entrar para um grupo de reabilitação é quase um privilégio, coisa chique. “Excesso de álcool virou algo bacana e descolado, e perder peso e ficar magra é um imperativo cultural para as jovens nos Estados Unidos”, diz ele.

Psicólogos afirmam que esses distúrbios estão ligados à necessidade de amenizar dores emocionais através do consumo de substâncias químicas ou da ansiedade provocada pelo comer excessivo e a eliminação forçada.

Judy van De Veen, de 36 anos, vive na cidade de Gillette, em Nova Jersey, e é anoréxica desde os 24. Ela lembra que passou fome durante dois meses, comendo pequenas quantidades de comida de baixa caloria. Depois começou a devorar pizzas inteiras, caixas de cereal e muita fast food para forçar o vômito em seguida. Tinha dias em que gastava cerca de 80 dólares em refeições.

Judy começou a fazer tratamentos no final dos anos 90. Em 2001, ainda combatendo a bulimia, ela passou a beber. Se comia enquanto bebia, vomitava, mas então bebia novamente para enganar a sensação de perda e manter-se embriagada. Segundo especialistas, muitos bulímicos usam o álcool para forçar o vômito. Mas eles também costumam passar mal porque bebem de estômago vazio. “No início, eu não chegava perto do álcool, porque sabia que tinha muitas calorias”, lembra Judy. “Mas a minha doença é a do ‘mais’: eu sempre quero mais, independentemente do que seja.”

Depois de dois anos enfrentando o problema, Judy começou um novo programa de reabilitação. Passou os dois anos seguintes entrando e saindo de seis diferentes clínicas, o que lhe custou 25 mil dólares do próprio bolso, pois não tinha plano de saúde. Mas como nenhum desses programas contra o alcoolismo também era focado nos distúrbios alimentares, o problema de Judy aumentou. Ela diz que está sóbria há três anos, mas ainda enfrenta a bulimia. Mãe de Cheyenne, um bebê de 14 meses, Judy afirma que a gravidez a ajudou a progredir na luta contra a doença. “Quando engravidei, passei a ter uma boa desculpa para comer.”

Trish, uma enfermeira de 27 anos que mora em Ohio e trabalha com pacientes cardíacos, sofre de transtornos alimentares há dez anos e recentemente se internou no Renfrew Center. Foi a sua quinta vez em um centro de reabilitação ou hospital. Assim como Judy, Trish também enfrentava a anorexia quando encontrou o álcool. Ela chegava a desmaiar por falta de comida, sofrendo com terríveis dores estomacais. Trish concordou em ser entrevistada sob a condição de ser usado apenas seu primeiro nome para proteger a própria privacidade. Conta que chegava a jejuar de oito a 12 horas seguidas, ansiosa pelo término do expediente e o primeiro gole. “O álcool provavelmente foi o responsável por manter algum peso em mim”, disse ela durante um tratamento de desintoxicação que começou no Ano-Novo e seguiu por oito semanas. “Beber me ajudou a ser menos ansiosa”, acredita. “Mas, quanto mais eu bebia, maior era o meu distúrbio alimentar e vice-versa.”

Pesquisas apontam que o abuso de álcool está crescendo entre mulheres, e que elas também são mais propensas a desenvolver distúrbios alimentares. Segundo um estudo publicado no ano passado pelo jornal Biological Psychiatry, de 22% a 35% das pessoas bulímicas lutam contra o álcool ou as drogas, assim como 20% e 25% das anoréxicas. Kevin Wandler, vice-presidente de serviços médicos na clínica Remuda Ranch, especializada tanto nos transtornos alimentares como na dependência química, diz que o tratamento mais fácil é o do vício de álcool e drogas, pois eles não são necessários para a sobrevivência. “Agora, se sua droga for a comida, isso será um desafio!”

No caso de Trish, ela deixou o Renfrew Center no dia 22 de fevereiro. “Eu não tinha energia nem para rir”, lembra. “Mas agora aprendi a não ter vergonha do que passo. E com isso quero me amar e me perdoar.”



Glossário
Entenda o significado de cada uma dessas estranhas palavras

Drunkorexia: consumo exagerado de álcool casado com falta ou perda de apetite.
Manorexia: versão masculina da anorexia.
Ortorexia: obsessão por alimentos ditos saudáveis – eliminando do cardápio qualquer tipo de gordura e conservantes artificiais, por exemplo. Pessoas nessa condição podem se privar seriamente de nutrientes necessários.
Diabulimia: diabéticos que se recusam a usar insulina para não engordar. Apesar do nome, esse distúrbio não envolve o vômito.
Transtorno da compulsão alimentar periódica: ato de comer compulsivamente, especialmente alimentos com alto nível de sal e açúcar, mas que não envolve a prática comum do vômito para compensar as calorias ganhas.



O problema no Brasil…
Conheça a trágica história de duas meninas que não conseguiram vencer a batalha contra a anorexia e o alcoolismo

De acordo com a psicóloga Silvia Brasiliano, coordenadora do Programa de Atenção à Mulher Dependente Química do Instituto de Psiquiatria do HC de São Paulo, as mulheres com deficiência alimentar têm oito vezes mais chances de apresentar dependência química ou alcoólica, enquanto as dependentes têm cinco vezes mais possibilidades de desenvolver distúrbios alimentares. “São problemas que desligam da realidade, pois a vida delas se restringe apenas à comida – ou a falta dela – e ao álcool”, diz. A seguir, o depoimento de duas jovens brasileiras que viram a doença de perto.

Medo da vida “Eu tenho um certo problema em encarar a realidade. Não consigo lidar com algumas emoções, decepções, expectativas frustradas… Acho que é por isso que eu vomito. É o jeito que encontrei de colocar essas coisas para fora. É algo cíclico: eu vomito, aí bebo, vomito e bebo de novo. Primeiro, porque sinto enjôo; segundo, porque bebida tem muita caloria. Preciso fugir da realidade, o tempo inteiro.”
Flávia, 19 anos, é estudante de psicologia e sofre de bulimia desde os 14

Tempo perdido “A Pati estava na pior fase. Antes de morrer, ela pesava 28 quilos e tinha 18 anos. A família nunca tinha dado bola. Acho, até, que foi por isso que ela parou de comer e começou a beber: queria chamar a atenção. Ela me contava que bebia para esquecer o problema da anorexia, e também tomava remédios controladores de apetite. Ela morreu de parada cardíaca, em 27 de junho de 2007.”
Dayane Kátillen, 21 anos, tem anorexia, com fases alternadas de bulimia, e era a melhor amiga da Pati





De barriga vazia e tanque cheio



A vida desregrada das celebridades e a falsa sensação de glamour que elas transmitem para nós

O entra-e-sai das estrelas de Hollywood nas clínicas de reabilitação tem sido o assunto mais quente das colunas de fofoca. A atriz Lindsay Lohan, de 21 anos, por exemplo, é freqüentadora assídua do Cirque Lodge, um dos centros mais famosos dos Estados Unidos. Mas também há a Promises, em Malibu, a Wonderland, em Hollywood, a Meadows, no Arizona… Em comum, todas essas clínicas vivem abarrotadas de gente famosa: Britney Spears, Kirsten Dunst, Mary-Kate Olsen, Nicole Richie, Tara Reid, Amy Winehouse, Kate Moss… A lista é longa.

Em entrevista à revista Vanity Fair, Lindsay Lohan afirmou que já teve bulimia e problemas com álcool. Tara Reid é outra que tem chamado a atenção. Seus problemas vão de uma lipoaspiração malsucedida a uma anorexia nervosa não confirmada. A contar pelas fotos recentes da moça, de biquíni num hotel de Bali, ela realmente está de mal com o garfo e a faca. Ex-melhor amiga da patricinha Paris Hilton, Nicole Richie também freqüentou a rehab para ganhar peso e se desintoxicar. Mas ela disse que mudou desde o nascimento de sua primeira filha, Harlow Winter, em janeiro passado. Nicole até fundou uma instituição para cuidar de crianças carentes. Será que bateu a culpa?

No entanto, a protagonista dos maiores escândalos é a cantora inglesa Amy Winehouse. Além do estrondoso sucesso da faixa “Rehab”, de seu último CD, no qual canta “eles tentaram me mandar para a reabilitação/ mas eu disse não, não, não”, Amy vive às voltas com o consumo de álcool e drogas – com direito até a vídeo no YouTube. Seu pai chegou a afirmar que ela sofre de bulimia. Apesar de tudo isso, não dá para negar que essas atrizes e cantoras esbanjam talento sobre o palco. Agora, o que não pode acontecer é querermos reproduzir o estilo de vida que elas levam. Aí já é burrice.

Fonte: Revista Criativa




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...