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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Desequilíbrio emocional gera doenças



Muita gente acredita que corpo e alma estão ligados aos surgimento de enfermidades entre as mulheres, principalmente com até 30 anos

A telefonista e recepcionista Aline Thaís Gunsett, 26 anos, desenvolveu o que a psicologia classifica como doença psicossomática ou distúrbios somatoformes, enfermidades com manifestações físicas, que são geradas por preocupações, problemas psicológicos. Com cobranças por todo o lado, as pessoas podem desencadear doenças aparentemente ligadas ao corpo, que, geralmente, não aparecem nos exames bioquímicos ou de imagem. Estima-se que de 10 a 15% dos pacientes que são atendidos por clínicos gerais apresentem esses distúrbios, que costumam aparecer antes dos 30 anos e durar por toda a vida, sendo mais comum em mulheres. Aline conta que nunca havia trabalhado numa central telefônica. No seu primeiro emprego em Florianópolis, ela se deparou com um telefone de seis linhas externas e 39 ramais internos, dois chefes e 30 funcionários, começou adoecer. “Tudo começou com a enxaqueca, porque tinha pânico de o meu telefone tocar, o meu chefe ouvir e eu não atender. Até para ir no banheiro ou tomar uma água tenho que levar o telefone”. A recepcionista começou ficar estressada, ter dor de cabeça, tudo que ela comia dava ânsia, depois refluxo, em seguida começou a vomitar de duas em duas horas. A estudante é ansiosa e perfeccionista, por isso conseguiu melhorar com tratamento médico a base de ansiolítico, só depois é que começou a cuidar da úlcera. Principais sintomas Os sintomas psicossomáticos são os mais diversos, depende muito da formação cultural da pessoa, da pré-disposição genética e e uma série de outros fatores. O psiquiatra do Centro de Atenção Psicossocial de Florianópolis (CAPS), Luiz Márcio Alves de Ávila, revela que esse tipo de doenças é muito comum, principalmente em pessoas de nível sócio-cultural menor. Especialmente as que apresentam maior dificuldade em explicar os seus sintomas, suas dificuldades e o que estão sentindo.
Elas acabam apresentando isso por meio de uma dor, um sintoma. “Não consegue expressar de maneira verbal, falar para as pessoas que ela está incomodada, que achou muito ruim e não gostou, enfim, interioriza esse sentimento, essa emoção, que se transforma num sintoma físico”, revela o psiquiatra. Esses sintomas psicossomáticos, ou distúrbios somatoformes, como denomina a psiquiatria, podem desencadear desde uma fraqueza ou uma tontura, até a paralisação de um membro. “Os mais comuns são gastrointestinais como: náuseas, úlceras, vômitos, diarréias; neurológicos: fraquezas e problemas sexuais. As dores de cabeça também são muito comuns”, explica. Ávila acrescenta dizendo que é uma somatização, a soma de vários situações, que acabam desencadeando doenças. “Por exemplo: quando o indivíduo tem uma série de problemas e acaba tendo uma dor de cabeça, esse é um sintoma somático que é explicado por uma causa psicológica. Você fica pensando muito nesses problemas, fica preocupado, criando alternativas, se irrita, fica triste e no final do dia você está com uma dor de cabeça”, afirma. “Se forem feitos exames não é encontrada nenhuma alteração, nenhum tumor ou causa explicável dessa dor. É uma preocupação psicológica gerando um sintoma físico”, exemplifica. Para a psicóloga do Serviço Social da Indústria (Sesi), Aline Fregapani Silva Garghetti, todas as doenças podem ser psicossomáticas, porque “psicossomática é uma forma de compreender as doenças”. Alguns especialistas acreditam que o corpo é um todo e responde a estímulo de maneira equilibrada, ou seja, uma questão social. Estudos revelam que o estado da alma ajuda a curar doenças O psiquiatra Luiz Márcio Alves de Ávila aponta que uma das maneiras de se tratar as doenças psicossomáticas é cuidar da causa do problema, como por exemplo a depressão que está causando os sintomas ou tratar com psicoterapia. “Porque pode ser que alguém da família dela esteja morrendo e essa pessoas não consegui chorar e acaba expressando essa tristeza através de uma dor de barriga. O tratamento nesse caso é para o paciente saber expressar tudo isso que está gerando esse sintoma físico”, exemplica. Foi isso que fez Silvia Fabiana Lavigne, 32 anos, dona de casa, que procurou um psicólogo que diagnosticou uma depressão. “Eu estou entrando em depressão profunda por não saber agir com certas situações”, diz ela. Silvia revela que conforme a circunstância ela precisa de atitude. “Mas às vezes eu não tenho, daí eu travo e isso me agonia porque eu quero fazer as coisas, mas não posso”, diz Lavigne. Ás vezes me dá palpitação, taquicardia, aceleração das batidas do coração, ansiedade, suo as mãos e até tenho insônia”, acrescenta ela. Tratamento O médico patologista e presidente da Associação Catarinense Psicossomática (ACP), Horácio Chikota, estudioso das doenças psicossomáticas há 13 anos, diz que é necessário entender como o ser humano se conhece e como ele se entende para compreender e conseguir tratar as doenças psicossomáticas. “Temos que partir do sujeito e não daquilo que é externo a ele. Senão vamos sempre estar culpando aquilo que é externo por uma responsabilidade que ele tem com sua própria vida”, afimar Chikota. O profissional diz que a medicina hoje estuda a matéria nos seus limites tangíveis, o que é palpável. “Uma lógica de causa-efeito linear, num único sentido, em linha reta. Somente do que ele consegue observar como por exemplo: o vírus, os agente químicos”, observa o presidente da ACP. O profissional acrescenta que as pessoas têm que “ir um pouquinho além, na situação primordial, buscar o sujeito para entender todas essas alterações”. Ele acredita que resgatar a compreensão do sujeito faz parte da psicossomática.
(Por Marinês Barboza)

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