Amar Demais... Um Erro!

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Abstinência do Uso de Fluoxetina


Achei muito interessante o relato abaixo de uma garota que estava tomando Fluoxetina e quando parou entrou em crise de abstinência.
O texto foi retirado do blog http://fluoxetinadiaria.blogspot.com, acredito que não esteja mais em uso, pois a ultima postagem foi essa em 2008.
No meu caso foi quase igual, tive que parar de tomar fluoxetina para começar com outra medicação, e acabei parando de tomar todos os remédios que eu tomava, tive pressão alta, choques pelo corpo, muita irritabilidade e ainda estou tendo insônia.

Leia o texto!


Oh, get me away from here, I’m dying, play me a song to set me free...
Poucas vezes fui tão sincera ao clamar estes versos. Me tire daqui, estou morrendo. Toque uma canção para me libertar. Meus dias na terra estão contados, não há novidade nisso. Eu não sei quantos eles são, mas talvez eu esteja perto do meu fim. Não, eu não penso em suicídio. Não mais, não atualmente. Quando eu morrer, será em razão de algo contra o que eu não possa lutar, em face de alguma coisa que não depende de mim. Não vou morrer num acidente de carro se eu estiver dirigindo. Não vou morrer por que sabia que deveria tomar um remédio e não tomei, ou por que deveria evitar algo e não o fiz. Não vou morrer por imperícia minha, nem tampouco por minha própria negligência. Não, eu não estou perdida assim. Você pode ter sucesso ou ser como nós, com nossos sorrisos vencedores, agora somos fotogênicos... Não é possível conciliar sucesso profissional e felicidade. Quem diz que conseguiu, se engana enquanto consome altas doses de fluoxetina. Minha mente nunca esteve tão clara. Se isso era pra me fazer feliz, por que eu me sinto tão triste? Eu não tinha esse cansaço. Eu não pedi por isso. . você sabe, não temos chance.. Meu tormento se iniciou na ultima quinta-feira, quando percebi que não tinha mais flutuações de humor. Estava calma, compreensiva, paciente, concentrada. Eu não sou assim. Percebi que isso era efeito do remédio. Minhas angustias pareciam ter sumido, tanto que meu ultimo post em meu blog data do fim de julho – imediatamente antes do inicio do consumo da medicação.Comecei a me apavorar: será que ao tomar o antidepressivo eu deixava de ser eu mesma?Sempre me neguei a fazer análise. Não me entendam mal, respeito quem precisa, respeito os profissionais, mas não é pra mim. Não me vejo como alguém que precisa de ajuda para lidar com os próprios problemas. Não gosto da idéia de alguém mexendo na minha cabeça. Me sinto exposta, e odeio essa sensação. Uma das primeiras piadas que fiz, ao descobrir que o médico tinha me receitado fluoxetina foi justamente “matei dois coelhos com uma cajadada só: emagreço e trato minha TPM”. Todo mundo ia as gargalhadas, incentivados por mim. Parecia adequado minimizar o fato. Eu me sentia mais confortável com isso, me questionavam menos por não beber, e o único efeito colateral que notei de início foi um enjôo que não passava nunca – e que agora, curiosamente, me deixou. Notei em seguida uma alteração no meu ciclo de sono: não dormia direito a noite, mas em horários em que eu costumava ser desperta passei a cochilar. Mas eu estava tão tranquila e tão contente... Poucos dias depois e passei a ter muito sono, todo o tempo. Achei que tinha voltado ao normal. Minha vida desmoronando e eu nem percebia. Será que quando o Renato Russo escreveu quase sem querer ele estava tomando Prozac, Daforin ou algum outro daquela família? É cronologicamente compatível? Por que a música descreve exatamente como eu vinha me sentindo “já não me preocupo se que não sei por que as vezes o que eu vejo quase ninguém vê”.Bem, recomeço. Aconteceu de eu esquecer de tomar meus remédios no sábado e no domingo (pois é, por prescrição médica consumo dois comprimidos de 20 mg por dia). No sábado a noite (32 horas após o ultimo comprimido) eu já estava meio baqueada – tremendo, começando a me descontrolar com medo dos outros – mas pensando “pode não ter nada a ver com o remédio”. Cheguei em casa, trinta e cinco horas sem a medicação e nada de conseguir dormir. Devo ter pego no sono lá pelas seis da manhã, trinta e oito horas sem fluoxetina. Acordei as 07h30. Fiquei na cama até as 09h, cochilando e acordando, até que desisti. Só que as 10h, quando eu devia tomar o primeiro comprimido do dia, eu continuei a esquecer. A tarde, cansada, tentando dormir, tive alucinações. Tive de pedir à minha irmã que acendesse a luz, por que eu sabia que não havia nada na parede mas eu via montes de formigas pretas cobrindo a parede inteira. A parede inteira recoberta de minúsculas formigas que eu sabia, conscientemente, que não estavam lá, mas ainda assim via. Não conseguia levantar, não tinha forças. Isso eu não disse à minha irmã. Alucinações e perda das forças ao mesmo tempo era uma preocupação da qual ela não precisava. Ainda assim, não tomei minha dose vespertina. A noite, assisti um dvd, caindo de sono, tanto que decidi deitar. Passava da meia-noite. Foi deitar e não conseguir dormir. Não é que eu tivesse acordado por me mover para a cama; o sono estava ali, mas sempre que eu estava a um passo de dormir, acordava. A pior das noites do ano. Não sei quando consegui dormir, mas sei que acordei as 02h17. Não consegui mais dormir. Achei que fosse calor, tomei um banho e voltei pra cama. Passei a noite virando na cama, mal dormia, acordava. Pouco depois das 5h, não consegui mais dormir. Mesmo assim, fiquei na cama até perto das 07h.Manhã de segunda, com a cara péssima pela noite não dormida, arrumei a bolsa e vi o remédio. A todo instante achava que iria desmaiar. Vim pro trabalho, e não fosse de carro, não teria chegado ao escritório. Tremia e respirava com dificuldade. Pesquisei sobre a abstinência de fluoxetina. O que descobri vocês já viram. Não resisti até as 10 pra tomar meu comprimido. Os sintomas em muito amenizaram-se, mas ainda não se foram. Estou tão cansada...Não penso mais na morte. Não acho mais que vá ser por agora. Ao menos, não pela síndrome de abstinência, ou por qualquer sintoma desencadeado por ela. Como eu disse, quando eu morrer não vai ser por culpa exclusiva minha. Não vou me suicidar, nem vou me permitir atitudes levianas e arriscadas. Só não sei como me livro da fluoxetina sem passar por esse sufoco todo.
(postado por Mya - http://fluoxetinadiaria.blogspot.com)

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