Como Amy Winehouse traduziu a alma feminina em suas canções e suas loucuras.
Amy Winehouse era uma garota aterrorizada pela solidão. Seus trejeitos trôpegos e atitudes agressivas escondiam a urgência sanguínea em ser amada. Profundamente. Desejava, mais do que tudo, alguém que a protegesse. Frágil, dependia dos olhos do outro para enxergar-se. De maneira exacerbada, Amy é a representação da alma feminina: existir só tem sentido se houver amor.
Para mulheres presas nos movediços bastiões do romantismo, como ela, amar é conviver com uma dor aguda e contínua. A impossibilidade de partilhar a sensação de ter o peito esmagado num desespero negro. Não há cura: por mais que bebam, cheirem ou se dopem, jamais encontrarão o inexistente remédio para a angústia de existir.
A cantora buscava no amor a sensação fugaz de ser salva, divina e suavemente resgatada do oceano de tristezas vindouras, protegida da falta de sentido. Sua relação com Blake Fielder-Civil, seu ex-marido, foi uma partilha de sombras e desgraças que criou um elo inquebrável — como mulheres que apanham do marido e continuam ao seu lado, defendendo-os ferozmente. Amy parecia ter certeza de viver algo tão especial a ponto de não ser compreendido por mais ninguém. Mesmo a relação virando um tsunami de autodestruição (Blake assume a responsabilidade em iniciá-la nas drogas pesadas), ela parecia feliz por ter encontrado seu homem.
Depois de inúmeras brigas, idas e vindas, com Blake na cadeia, condenado por roubo, Amy se deparou com a sombra que, como cão sem dono, nunca saiu de perto: mesmo com outros em sua cama, fãs em sua janela e garrafas pelo chão, a solidão era sua única companhia real. Sempre seria. E isso a dilacerou.
As almas mais delicadas não calejam com as dores. Ao contrário, tornam-se mais finas – um espinho enfiado no pé que, a cada passo dado, entra mais fundo. A impossibilidade de viver um amor é sempre mais intensa que vivê-lo de fato.
Amy usou o recurso mais antigo do mundo para evitar enxergar que ninguém apaziguaria sua alma: sedou-se. Ódio, sexo, sarcasmo, suicídio cotidiano travestido de diversão, tudo faz parte do coquetel de anestesia temporária. Nesse caminho que liga o desejo de transcender com o desânimo de tentar, alguns se arruínam, alguns arruínam aos outros.
Os mais sensíveis, sucumbem. Por que amar demais, mata.
Para mulheres presas nos movediços bastiões do romantismo, como ela, amar é conviver com uma dor aguda e contínua. A impossibilidade de partilhar a sensação de ter o peito esmagado num desespero negro. Não há cura: por mais que bebam, cheirem ou se dopem, jamais encontrarão o inexistente remédio para a angústia de existir.
A cantora buscava no amor a sensação fugaz de ser salva, divina e suavemente resgatada do oceano de tristezas vindouras, protegida da falta de sentido. Sua relação com Blake Fielder-Civil, seu ex-marido, foi uma partilha de sombras e desgraças que criou um elo inquebrável — como mulheres que apanham do marido e continuam ao seu lado, defendendo-os ferozmente. Amy parecia ter certeza de viver algo tão especial a ponto de não ser compreendido por mais ninguém. Mesmo a relação virando um tsunami de autodestruição (Blake assume a responsabilidade em iniciá-la nas drogas pesadas), ela parecia feliz por ter encontrado seu homem.
Depois de inúmeras brigas, idas e vindas, com Blake na cadeia, condenado por roubo, Amy se deparou com a sombra que, como cão sem dono, nunca saiu de perto: mesmo com outros em sua cama, fãs em sua janela e garrafas pelo chão, a solidão era sua única companhia real. Sempre seria. E isso a dilacerou.
As almas mais delicadas não calejam com as dores. Ao contrário, tornam-se mais finas – um espinho enfiado no pé que, a cada passo dado, entra mais fundo. A impossibilidade de viver um amor é sempre mais intensa que vivê-lo de fato.
Amy usou o recurso mais antigo do mundo para evitar enxergar que ninguém apaziguaria sua alma: sedou-se. Ódio, sexo, sarcasmo, suicídio cotidiano travestido de diversão, tudo faz parte do coquetel de anestesia temporária. Nesse caminho que liga o desejo de transcender com o desânimo de tentar, alguns se arruínam, alguns arruínam aos outros.
Os mais sensíveis, sucumbem. Por que amar demais, mata.
(Por Ailin Aleixo - http://revistaalfa.abril.com.br)
Nossa, ele falou tudo. Senti pena quando soube que ela tinha morrido, esse cara arruinou a vida dela =/
ResponderExcluirTo seguindo o Blog, dá uma passadinha no meu também, acho que você vai gostar:
http://doblushaosalto.blogspot.com/
bjks
Na verdade, Amy era uma mulher em busca de um rumo... Apegada e insegura, focou-se equivocadamente num sujeito que a ofereceu um amor ilusório. Ela, frágil, deve até ter o amado de verdade, porém um amor construído dessa forma nunca daria certo... E ele certamente só queria sorvê-la: grana, fama, energia, vida...
ResponderExcluirAssim o fez...
Ninguém deve agir tão cegamente assim, à ponto de se perder e justificar com a própria vida uma entrega desmedida.
Faltaram outros rumos mais sóbrios à ela. O mesmo que falta a muita gente que 'ama' obsessivavemente e se perde entre a violência e o suicídio.