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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Complicações do Amor e Amor Patológico (Parte II)


Insatisfação no Amor

Existem, e sempre existirão, pessoas que sofrem por não ter reciprocidade no amor. Mas neste caso não cabe uma abordagem psicopatológica. Trata-se de uma das muitas frustrações da vida humana normal.
O objetivo aqui é focalizar alguns aspectos sobre pessoas que sofrem com e por amor através de atitudes e mecanismos emocionais patológicos, como por exemplo, os sofrimentos causados pela paranóia do ciúme patológico, os crimes passionais, a co-dependência mantida pelo amor doentio, o comportamento obsessivo, e assim por diante.
Pessoas com auto-estima empobrecida podem estar constantemente insatisfeitas com o amor, normalmente por não se sentirem tão correspondidas como desejavam, por não sentirem a reciprocidade esperada, por sentirem a ameaça do abandono, ou outros sentimentos de perda.
Existem ainda relações amorosas claudicantes, onde a pessoa que ama não deseja apenas o outro, mas deseja também o desejo do outro, o sentimento do outro e tudo o que possa estar ocorrendo na intimidade psíquica do outro. Diante da impossibilidade de nos apossarmos do sentimento alheio, a pessoa que ama sofre, pois o outro pode não estar sentindo aquilo que se deseja que sinta, pode não estar pensando justamente aquilo que se deseja que pense.
Na medida em que as pretensões de controle sobre os sentimentos da pessoa amada não são contidas, não são ponderadamente refreadas, surge uma imperiosa inclinação para a posse, para o domínio da pessoa amada. Atitudes assim fogem ao controle e escapam da razão, tendo como veículo de motivação o amor.
Os resumos de um encontro na Unicamp em torno do tema "As novas formas de sofrimento; A psicopatologia do século 21" citam a professora de teoria literária da Universidade de São Paulo, Adélia Bezerra de Menezes, para quem o sofrimento e a paixão (e o amor, creio) caminham lado a lado na literatura.
De fato, tradicionalmente, na literatura amor e paixão são sinônimos de sofrimento. Nos textos literários, principalmente nas canções de amor da Idade Média, é comum observar uma sofrível busca amorosa. No texto de Fedra a definição de amor envolve prazer e sofrimento: “Amor é tudo o que existe de mais doce e mais amargo”.
Neste encontro, sobre novas formas de sofrimento, a escritora Adélia Prado amplia as relações entre a arte, a paixão e o sofrimento, retirando da sabedoria popular o elo entre dor e beleza. “Quantas vezes não ouvimos a frase: é bonito de doer”. O belo também provoca angústia e, muitas vezes, a arte nasce da dor. O sofrimento na arte é representado pela dor que acompanha a criação artística.
Como veremos adiante, tudo isso contribui para tornar imprecisa a fronteira entre o prazer e a dor, entre o desejo e o sofrimento, entre o passional e o patológico. Estudando a dor humana, a teoria psicanalítica de Freud considera que o sofrimento poderia brotar de três fontes: do corpo, do mundo externo e das relações com os outros. Nesta última é onde se coloca o sofrimento do amor.

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