Ser boazinha (o) demais, vontade de agradar o tempo todo. Esse é seu
problema? Muitas pessoas se sentem na obrigação de serem boas, com o
objetivo de nunca desagradar. Trata-se de pessoas prestativas, doces e
simpáticas. Esperam pacientemente na fila, não se recusam a fazer um
trabalho mesmo depois do expediente, não dizem não, recebem convidados
em casa mesmo sem querer, ficam sem comer o que gostam para emagrecer,
trabalham exaustivamente.
Um ressentimento muito comum dessas pessoas é não ver nos outros o
mesmo empenho. Em todos esses casos existe uma necessidade de
reconhecimento, os bonzinhos ficam sempre esperando que os outros tenham
a mesma dedicação que eles. E quando percebem que o outro não se
empenha, geralmente ficam frustrados. Muitos questionam o sentimento do
outro, pois este não se empenha para o relacionamento como o bonzinho
(a) se empenha.
E aí podem começar os conflitos. Muitas pessoas não sabem reagir à
frustração. Em geral, elas ficam descontentes com tamanho descaso e
muitas vezes com raiva. E aí existe o risco do bonzinho (a) virar aquela
pessoa que reclama e cobra o tempo todo, pois nunca está satisfeito com
as ações do outro. E nunca ficará, pois muito provavelmente o outro não
tenha essa mesma necessidade de agradar o tempo todo. Mas o que leva
uma pessoa a querer agradar tanto? Mesmo com os resultados como
frustração, tristeza, decepção, porque a pessoa persiste com este
comportamento?
Por trás de todo esse querer agradar está o medo da perda, da
rejeição. O temor de que o menor erro possa trazer consequências ruins
para seus relacionamentos faz com que a pessoa invista na perfeição,
tomando muito cuidado com as suas ações e palavras. Assim, esta pessoa
está constantemente ansiosa e tensa. A culpa é um sentimento
muito presente, principalmente quando dizem não ou desagradam. Assim, o
bonzinho (a) está sempre tentando adivinhar como os outros querem que
ele seja e como deve agir, pois a opinião dos outros é fundamental. Aos
poucos aprende a não ter desejo nenhum, opinião alguma. As necessidades
dos outros são mais importantes que as suas.
Enquanto não conseguir obter aquilo que no fundo deseja (agradar para
ter atenção), maior se torna a sua necessidade. O que na verdade esta
pessoa mais deseja é ser aceita e valorizada. A grande questão aqui é a
que custo. Talvez esta seja a pergunta para se pensar: os sentimentos de
frustração, culpa e raiva valem à pena? Por que será que preciso tanto
desta atenção do outro para ser feliz? Por que tanto medo de rejeição?
(Karen Camargo - http://www.noivasecia.com.br)
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