Se algum dia você já se apaixonou, não preciso então dizer a
maravilhosa sensação que é estar apaixonado. A vida fica mais colorida,
ela se enche de significado e nos sentimos únicos. Vocês ficam juntos e
aí chega o dia que você descobre que ele deixa toalha molhada em cima da
cama, que ela fica ansiosa quando ele não chega do trabalho ou que fala
demais. Ele vê muita televisão e não a escuta como deveria.
Neste momento, é comum acharmos que a opção foi errada, que o seu
parceiro (a) não é aquele príncipe / princesa que você imaginou. E é
neste momento que o relacionamento realmente começa. De fato, esta é a
oportunidade para o início de um amor verdadeiro. Por amor verdadeiro eu
menciono um espaço para crescimento mútuo, devoção e compartilhamento. É
muito mais fácil amarmos o que nos é agradável, amável e muito difícil
amarmos o que é desagradável ou cheio de defeitos. Realmente podemos
descobrir no outro algo não atrativo, frustrante ou desapontador. Mas
todos nós temos características que não são agradáveis, não é mesmo?
A questão aqui é compreender que nunca haverá aquele parceiro (a) sem
nenhuma característica indesejável. A questão aqui é: Devo aceitar esta
pessoa, mesmo com essas características ou permaneço sozinho? O termo
aceitação utilizado aqui é diferente de resignação, ou seja, o termo
aceitação neste contexto pode ser entendido em um sentido mais amplo
como “estar aberto para”, estar disposto a conviver mesmo com as
diferenças.
Não estou mencionando que a partir de agora vou aceitar ser agredida
fisicamente por meu parceiro (a) porque estou exercitando a aceitação.
Certamente esta opção traria ainda mais sofrimento. A questão aqui seria
verificar se as características que incomodam não estão em conflito com
os nossos valores ou com os nossos limites.
Talvez o grande desafio desta questão da aceitação nos
relacionamentos é compreender que os sentimentos e pensamentos advindos
das características incômodas de nosso parceiro (a) como raiva,
desapontamento, tristeza e desprezo poderão estar presentes. Não pense
que exercitar a aceitação vai fazer você deixar de sentir tais emoções.
Você realmente gostaria que tais emoções não estivessem sendo vividas,
mas este é o desafio que os relacionamentos oferecem. A questão é: Você
consegue conviver com tais sentimentos? O quanto eu consigo conviver
estas (desagradáveis) características do meu parceiro (a)?
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