Filhos que estão na escola meio período e quando chegam,
não podem ficar em casa com empregada e se atiram em diversas atividades. Além
da escola, têm aula de natação, computação, judô, etc…. etc….
Esse é o quadro que temos hoje. Comum, sem dúvida, mas eficiente? Terão
consequências ou já as têm que talvez nem estejam sendo identificadas pelos
pais?
O tempo com filhos tem sido
negligenciado ou considerado pouco importante pelos pais e, principalmente,
pelas mães que colocam o trabalho como prioridade e filhos em segundo plano,
imaginando que com o resultado financeiro advindo do trabalho, estará dando a
esse filho o melhor de tudo. Grande ilusão!
A distorção desses valores tem mostrado que temos
crianças infelizes e despreparadas para enfrentarem uma realidade muito mais
exigente do que parece.
Crianças que passam muito tempo longe da mãe muitas vezes
desenvolvem um comportamento inseguro, pois a base da segurança vem da interiorização
da figura materna e isso é feito na convivência profunda entre mãe e filho(a).
Pais que chegam tarde em casa e que convivem apenas de
uma hora e meia a duas horas com filhos, têm dificuldade em discipliná-los por
pena ou receio de se tornarem mal vistos por esses filhos, ou de parecerem
antipáticos.
Deixando de discipliná-los como convém, esses filhos se tornam ditadores,
manipuladores e autoritários. Como consequência disso, desenvolvem baixa
resistência à frustração, pois não aprendem a lidar com situações que não são
aquelas que eles planejaram. Em decorrência disso, tornam-se adultos
infantilizados que na primeira dificuldade no trabalho, por exemplo, pedem
demissão ou, na primeira crise em relacionamentos, “tiram o time”e procuram
logo novos parceiros. Igualmente, na primeira crise dentro do casamento,
incapazes que sempre foram em lidar com situações de dificuldade, escolhem o
divórcio como alternativa mais fácil e menos desgastante.
O resultado disso é o que temos visto dessa geração que
começou a surgir nos anos 80, com a chegada da mulher ao mercado de trabalho.
Geração, essa hoje, com jovens de vinte e tantos anos vivendo relacionamentos
precários e passageiros, com parceiros descartáveis e flutuantes.
Esquema de criação estabelecido décadas atrás que se
estende e se perpetua ainda hoje, onde crianças de 3,5,8, anos etc… vivem
situações semelhantes. Pouquíssimas mudanças aconteceram nas últimas décadas, e
podemos considerar mudanças para pior. Afinal, o mundo competitivo exige
atividades múltiplas… transformado essas crianças em adultos bem-sucedidos.
Será?
Será o adulto bem-sucedido aquele gerente de alguma
empresa, com inúmeras pessoas trabalhando abaixo dele, mas que fica estressado
ao extremo, levando a crises de depressão, de agressividade, síndrome do pânico
e com dificuldade em lidar com frustrações e medo da competitividade. E, como
consequência, o isolamento e dificuldade de aproximar-se das pessoas que podem
ser inimigas em potencial?
Hoje em dia, sabemos que um adulto bem-sucedido, é aquele
bem equilibrado emocionalmente, que gerencia bem situações de frustração e não
tem receio da competição, pois conhece bem sua tarefa, seu lugar e sabe disso
por ter uma auto-estima equilibrada e saudável. É bom lembrar que auto-estima
não se constrói aos 30 anos, mas é construída na primeira infância pelos pais
que gastam tempo observando essa criança e acompanhando em detalhes a evolução
de comportamento e personalidade, que aos 3 anos já está formada.
Exemplificando, se no meu projeto está a música e compro
um violão, mas não tenho tempo de dedicar-me a esse projeto, o final será
sofrível.
Criação de filhos exige renúncia, sacrifício e deixar de
lado situações aparentemente prioritárias e engajamento absoluto no preparo
dessa vida que um dia iniciou, na maioria das vezes, por escolha.
É necessário observar cuidadosamente se cada mãe em
potencial se encaixa dentro da exigência da maternidade.
Caso não se encaixe, NÃO TENHA FILHOS! Nenhum ser humano merece ser
negligenciado.
(http://artigosdepsicologia.wordpress.com)