Amar Demais... Um Erro!

Amar Demais... Um Erro!

sexta-feira, 28 de março de 2014

Amor Bandido

“Não sei explicar direito o que sentia ao mesmo tempo em que me dava prazer em estar sob a condição de risco, também dava uma vontade de jogar tudo pro ar, porque no fundo sentia vergonha, mais o amor era maior que qualquer regra”... -Relata Rosane.
-“Quanto mais perto sinto sensação do perigo, juntamente com todas as forças físicas e verbais que se exercem sobre meu lado submisso, vou saboreando o prazer de ser dominada”. -Conta Márcia.
-“Eu tinha ao meu lado uma fonte de renda e carinho, achava que nada poderia nos deter, afinal éramos amantes e parceiros. Demorei pra perceber que estava acomodada numa relação problemática, nessa *vida louca. Hoje me arrependo, tarde demais, mas me arrependo”... -Desabafa Mareai.
-“Ver na pessoa que me relaciono a posse e o domínio me dá a sensação de que preciso ser dominada, acho que nasci com a missão de ser mandada. É como um jogo, onde preciso me sentir castigada”. -Diz Regina.
-“Não gosto de estar no controle de nada, nasci pra cumprir ordens e gosto de ser assim”. - Explica Cleide.
-“Conheço muitas mulheres que são o meu oposto, na vida tem atitudes extremamente controladoras, impositivas, tem necessidade do controle da casa, do trabalho, dos filhos, do marido, mas definitivamente, este não foi o meu caso”. -Conclui Neuma.
-“Sei lá, ele dava a impressão de poder, me fazia segura. Não tinha a preocupação de estar fazendo o errado. Mesmo porque, a única coisa certa, era viver pra ele. Como era mais fácil pra mim, por ser mulher, eu botava mesmo a cara pra bater. Jamais pensei que fosse usada, porque desfrutávamos junto à grana que entrava. Só entendi que vivia de forma errada, depois que ‘a casa caiu’ e ele escapou. Nunca mais me deu notícias”.
- Lamenta Lucia.
-“Me senti atraída pela fortaleza que me passava, acrescentando a certeza e a segurança em tudo o que me propunha. Estava tão envolvida, que quando me dei conta, quis voltar atrás, mas ele não aceitava a separação. No fundo, o que eu sentia era medo, medo dele, do futuro e da solidão. No fim, nós dois nos demos mal e sabe-se lá como será, se um dia nos reencontrarmos. Pelo que fiquei sabendo, ele está em outra e a pessoa, vai visitá-lo toda semana, não sei se ainda amo, mas sinto ciúme sim”. -Revela Claudia.
-O que poderia ter em comum Rosane, Márcia, Mareie Regina, Cleide, Neuma, Lucia e Claudia?
-Como essas oito mulheres de fisionomia, cultura, estado, idade, gosto, estilo e situação tão diferentes, entraram umas nas vidas das outras?
-Por que pensam, sentem e justificam de forma tão expressiva e evidente suas perdas e dores?
-O que existe em cada uma das histórias que narram, de tão similar?
-O que as atraiu, tornando-as tão próximas e iguais, quando as diferenças externas são explícitas?
Pois assim o é.
Todas estão presas e responsabilizam a última relação amorosa.
Algumas seduzidas, pelos benefícios financeiros, outras pela cumplicidade, umas com receios ou medos, mas no final, sem querer desagradar o par, mergulharam no crime.
Cada qual retrata sua experiência que ao final, evidencia o preço de um louco amor se este for do crime.
Afirmam que a única coisa que valia a pena era fazer a outra parte feliz. Muito distante seria a recusa ou a negativa diante de um pedido. Assim, ceder era o melhor sempre!
Há as que contam estarem cientes de que vivenciavam uma relação perigosa, bem como, as que afirmam ter sido a única e primeira vez que se delinqüiu em parceria.
Têm os casos, em que o crime só entrou na vida do casal, depois de um período, como as que sentiram a obrigação “moral” de praticar a fiel cumplicidade.
Para sobreviver, ajudar nas dívidas, ou ser apenas conivente, o importante é dizer sim! Antigamente era muito mais difícil uma mulher levantar suspeita, assim, muitos procurando se beneficiarem, empurravam suas mulheres para o risco.
Embora possam parecer inacreditável, muitas procuram ainda nas prisões o homem de suas vidas. E suportam qualquer sacrifício, em função dessa relação. Não há nada de anormal em se ter um (a) parceiro (a) preso (a), mais buscar uma pessoa sem referencias e sem um norte não é tão natural assim.
Não se trata aqui de amar alguém que por uma fatalidade, tornou-se por "nominação" em bandido ou delinqüiu por razões que não estão no mérito, ou seja, não falamos de amar alguém na condição e sim na ação. O amor bandido, tem haver com o comportamento.
O triste fim, dificilmente se difere, ou seja, elas capturadas e eles nem sempre com o mesmo destino. Portanto, a maioria esquece a companheira só e abandonada na prisão.
Por mais cruel que possa parecer, o fato é que palavra de bandido “não faz curva”, mas sentimento... E assim sendo... Não há sentimento certo que possa nutrir ou dar esperanças de esperas nem tão pouco, cabem nessa relação expectativas de gratidão...
Afinal, Um Amor bandido... É sempre Um Amor Bandido.

*Vida Louca - relação marginal, muitas vezes se refere ao amor bandido e o tráfico.
*Nota:- Por Elizabeth Misciasci -
http://www.eunanet.net/beth/news/topicos/amor_bandido.htm
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...